Um dos policiais militares que atuou no resgate à recém-nascida encontrada abandonada em uma caixa de papelão, no sábado (24), em Salvador, relembrou o momento em que foi acionado para o caso. O soldado Rafael Albuquerque disse que nunca havia visto uma ocorrência dessa natureza.
“Em 11 anos, eu nunca presenciei nada parecido. Estava agasalhada, sapatinho branco, uma roupa rosa e aparentemente alimentada porque não estava chorando. Estava calma. E foi levada rapidamente para prestar os primeiros cuidados”, contou.
De acordo com o tenente-coronel Everaldo Maciel, apesar da garota ter sido atendida e já estar sob cuidados médicos, mesmo com a alegação de não ter condições de criarem a filha, os pais podem ser responsabilizados pelo crime de abandono de incapaz. Eles ainda não foram identificados e não há pistas sobre quem teria deixado a garota no local, em frente à garagem de ônibus do bairro de Paripe.
“Como as circunstâncias que ocorreram, existe, na minha visão atenuante, como por exemplo: a criança estava em bom estado de saúde, a criança estava bem acolhida, a carta que foi deixada mostra que ainda há um vínculo sentimental com os pais. Acredito que ele pode pegar uma pena mínima, de seis meses. A previsão é de seis meses a três anos. E quem vai definir isso é o juiz”, afirmou.
A recém-nascida foi encontrada por um catador de materiais recicláveis, que entregou o bebê a um funcionário da empresa para quem presta serviço. Essa pessoa que chamou a polícia.
O supervisor de tráfego da empresa, Morialverson Brito, disse ter se comovido com a situação e acrescentou que o tempo estava chuvoso. E pouco depois que recebeu a garotinha, começou a chover no bairro.
“Logo depois que o catador de reciclagem entregou, começou a chover. Se ela não tivesse sido encontrada logo, poderia ter tomado chuva. Poderia ser um filho nosso, um neto. É muita maldade. Que ela encontre uma família que cuide dela. Que seja muito abençoada”, disse Morialverson.
A 19ª CIPM, responsável pelo policiamento no bairro foi acionada e se deslocou até onde a garota estava e, segundo as palavras do comandante da companhia, o tenente-coronel Everaldo Maciel, todas as equipes ficaram consternadas e fizeram questão de atender à ocorrência.
“Interessante é que, quando recebemos o chamado, pela natureza do chamado, todas as guarnições fizeram questão de fazer o atendimento. Isso cria uma comoção, uma consternação. Quando a gente vê uma criança, um recém-nascido”, disse o oficial.
G1Bahia
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