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26 de jun. de 2021

Buscas por sobreviventes de desabamento continuam na Flórida, novas informações

 


A busca por sobreviventes do desabamento parcial de um edifício nos arredores de Miami, no sudeste dos Estados Unidos, continua na sexta-feira, 25, um dia depois da catástrofe que deixou ao menos quatro mortos e 159 desaparecidos.

Uma das vítimas fatais do colapso parcial do prédio de 12 andares, ocorrido sem causa determinada na madrugada da quinta, 24, em Surfside, ao norte de Miami Beach, foi identificado, informou a mídia local.

Trata-se de Stacie Fang, a mãe de um menino de 15 anos resgatado quinta-feira. Ela foi levada ao hospital e não sobreviveu, segundo o Miami Herald.

Outros corpos estavam sendo transportados em sacos amarelos e evacuados para que a polícia pudesse confirmar suas identidades e informar os enlutados.

As autoridades seguem em busca de 159 pessoas, apesar dos esforços contínuos das equipes de resgate para encontrar possíveis sobreviventes entre os escombros.

"Infelizmente, os números são os mesmos da manhã", declarou em coletiva de imprensa Daniella Levine Cava, prefeita do condado de Miami-Dade. "Não encontramos mais ninguém na busca de hoje, mas vamos continuar durante a noite e, se Deus quiser, teremos novas notícias mais tarde esta noite ou amanhã de manhã", completou.

Chuva e incêndio

Apesar das condições climáticas adversas, bombeiros, cães farejadores e guindastes continuam trabalhando entre as ruínas do prédio localizado no complexo Champlain Towers South, a cerca de 20 km do centro de Miami.

As equipes de resgate ouviram ruídos vindos dos escombros, mas não tiveram certeza de que eram de origem humana.

Uma tempestade na noite de quinta-feira trouxe fortes chuvas sem interromper a busca. Um incêndio também teve que ser controlado no lado norte do prédio. Chuvas fortes continuaram caindo na área na sexta-feira, em meio ao cheiro de borracha e plástico queimando.

Pelo menos 18 cidadãos latino-americanos estavam entre os desaparecidos: nove da Argentina, três do Uruguai e seis do Paraguai, incluindo a irmã da primeira-dama paraguaia, segundo os consulados.

As autoridades canadenses informaram que "pelo menos quatro canadenses poderiam ter sido afetados" pelo desabamento.

Surfside é o lar de uma grande comunidade judaica e rabinos se mobilizaram para apoiar os residentes evacuados e suas famílias.

"Foi um golpe duro, mas ainda há esperança", afirmou Zalmi Duchman, de 41 anos, à AFP. "Nós, judeus, acreditamos fortemente em milagres e nunca desistimos, somos resistentes e tentamos ser positivos em tempos difíceis."

Em busca de explicações

O governador da Flórida, Ron DeSantis, pediu que sejam esclarecidas "sem demora" as causas do desabamento que afetou cerca de 55 apartamentos do edifício.

"Precisamos de uma explicação definitiva de como pode ter acontecido isso", declarou em coletiva de imprensa. "Acredito ser importante que não demore", completou, "para ter respostas para as famílias e para o povo da Flórida".

"É um momento muito, muito difícil. Há tanta gente esperando. Estão vivos? O que vai acontecer?", declarou o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, durante um evento na Casa Branca.

O presidente americano declarou mais cedo o estado de emergência para poder proporcionar uma ajuda federal às operações de resgate e de transferência dos sobreviventes.

Várias hipóteses

O desabamento parcial do edifício ocorreu à 01h30 de quinta-feira do horário local (02h30 de Brasília), provocando uma grande nuvem de poeira que cobriu várias ruas da região.

As hipóteses se multiplicam para explicar o ocorrido.

Um estudo realizado em 2020 mostrou que o edifício, construído em 1980 à beira-mar, havia afundado alguns milímetros por ano entre 1993 e 1999.

O autor do estudo, Shimon Wdowinski, e a Universidade Internacional da Flórida, onde trabalha, afirmaram contudo em comunicado que "um afundamento de terra provavelmente não causaria por si só o colapso do edifício".

A investigação para determinar o ocorrido envolverá uma grande coleta de dados, coleta de amostras de aço e de concreto, busca de sinais de corrosão ou algum evento incomum anterior ao colapso, explicou outro especialista da FIU, Atorod Azizinamini, chefe do departamento de engenharia civil e ambiental.

"Infelizmente, isso não acontecerá em alguns dias ou semanas", afirmou, "Levará algum tempo".



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