Robério e Cláudia Oliveira são investigados por fraudes milionárias em
contratos públicos. Polícia Federal não detalhou se eles ficarão presos.
Os ex-prefeitos
José Robério e Cláudia Oliveira, de Eunápolis e Porto Seguro respectivamente,
foram conduzidos à delegacia da Polícia Federal de Porto Seguro, sul da Bahia,
na manhã desta terça-feira (15). Eles são investigados pela Operação Fraternos,
que investiga fraudes milionárias em contratos públicos.
A Polícia Federal informou que cumpriu
mandados, mas não informou se os mandados são de busca e apreensão, ou se os
ex-prefeitos foram conduzidos por mandados de prisão. A PF não disse se Agnelo
Santos, ex-prefeito de Santa Cruz Cabrália e investigado na mesma operação,
também será levado para delegacia.
A Operação Fraternos foi iniciada em novembro de 2017.
Na época, as investigações da PF apontavam que, quando ainda prefeitos, em
2009, Claudia Oliveira, José Robério Batista de Oliveira e Agnelo Santos, que
era prefeito de Santa Cruz Cabrália – todos parentes – usavam empresas
familiares para simular licitações e desviar dinheiro de contratos públicos.
Claudia Oliveira é casada com José
Robério e irmã de Agnelo Santos. Também na época, a Justiça determinou o
afastamento dos três foram da prefeitura, por tempo indeterminado.
A PF chegou a
pedir a prisão do trio, mas o Tribunal Regional Federal da 1ª Região negou.
'Ciranda da propina'
Quando a
Operação Fraternos foi iniciada, a PF informou que os contratos fraudados
somavam R$ 200 milhões. O esquema funcionava da seguinte forma:
·
As prefeituras abriam licitações e empresas ligadas à própria
família dos prefeitos simulavam uma competição entre si. Segundo a PF, foi
identificada uma "ciranda da propina", com as empresas dos parentes
se revezando na vitória das licitações, como uma forma de camuflar o esquema
criminoso.
·
Após a contratação da empresa vencedora, parte do dinheiro
repassado pela prefeitura era desviado usando "contas de passagem" em
nome de terceiros, para dificultar a identificação dos destinatários. Em regra,
o dinheiro retornava para membros da organização criminosa.
A PF
detalhou também que repasses foram feitos para a empresa de um dos três então
prefeitos, como forma de lavar o dinheiro ilícito. A polícia não especificou
qual dos três, nem disse se eles estão entre os destinatários do dinheiro
desviado.
Ainda de acordo com a PF, em muitos
casos, eles repassavam todo o valor do contrato, no mesmo dia em que as
prefeituras liberavam o dinheiro, a outras empresas do grupo familiar.
A operação foi batizada de Fraternos por
causa do uso de familiares para cometer a irregularidades. Os investigados
respondem por organização criminosa, fraude a licitações, corrupção ativa e
passiva e lavagem de dinheiro.
G1Bahia
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