O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), disse hoje que quem profere ataques ao transcorrer democrático das eleições de 2022 será apontado como “inimigo da nação” e voltou a defender a segurança do voto eletrônico.
“Todos aqueles que pregarem retrocessos democráticos para 2022 serão apontados pelo povo e pela história como inimigos da nação”, disse o senador em entrevista à GloboNews. “Temos compromissos com eleições periódicas”, prosseguiu.
No início de julho, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ameaçou diretamente o transcorrer democrático das eleições de 2022, caso o Congresso não aprovasse o voto impresso.
Ontem, por 23 votos a 11, a Comissão Especial da Câmara sobre a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) do Voto Impresso rejeitou o parecer favorável ao tema. Mesmo assim, o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), sinalizou que a proposta pode ir para o Plenário.
Na entrevista, Pacheco, reiterando o que é fato — nunca se comprovou fraudes nas urnas eletrônicas —, afirmou ter a “mais absoluta confiança” no sistema eleitoral brasileiro e no voto eletrônico.
“Não podemos, com base em um discurso ou uma teoria, modificar um sistema que é motivo de orgulho dos brasileiros.” A fala de Pacheco vem em meio a uma crise entre o presidente Bolsonaro e o STF (Supremo Tribunal Federal). Ontem, o presidente da Corte, ministro Luiz Fux, cancelou uma reunião de diálogo entre os Três Poderes (Executivo, Judiciário e Legislativo).
Na última quarta-feira (4), Bolsonaro, reagindo à decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF, de incluí-lo no inquérito das fake news, ameaçou agir fora “das quatro linhas da Constituição”.
Na entrevista, Pacheco chamou de “grave” a ameaça feita por Bolsonaro em participação no programa “Pingos nos Is”, da rádio Jovem Pan. “Temos que ser absolutamente fiéis à Constituição Federal”, afirmou o presidente do Senado.
Para Pacheco, o fato da Comissão Especial da Câmara ter rejeitado o parecer favorável ao voto impresso mostra que o assunto “está próximo de seu exaurimento”. “E, quando ele se exaurir, vamos virar essa página e ter as eleições de 2022 legítimas”, disse à GloboNews.
“O que se avizinha é o reconhecimento de que a tese do presidente da República e de seus apoiadores é uma tese que, a princípio, será vencida. E, sendo vencida, todos aqueles que foram vitoriosos e derrotados na tese haverão de respeitar [a decisão do Congresso]”, afirmou.
ipolítica
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