Uma perícia encomendada pelo Bahia apontou que o meia tricolor Índio Ramírez não teve falas racistas contra o atacante Bruno Henrique, do Flamengo. A informação foi veiculada na noite desta quarta-feira (23) pelo site ge.globo.
Os laudos contrapõem a leitura feita pelos profissionais contratados pelo Flamengo. Na terça (22), o vice geral da agremiação carioca, Rodrigo Dunshee de Abranches, anunciou que a análise encomendada pelo Rubro-Negro comprovava ofensa de Ramírez a Bruno Henrique (leia mais aqui).
Segundo o presidente do clube baiano, Guilherme Bellintani, os laudos da empresa contratada identificaram que Ramirez utilizou a expressão “ta quanto?”. "Após o conhecimento do vídeo, nós procuramos o Ramírez. Ele viu o vídeo e foi taxativo na hora em que viu o vídeo. Ele diz: "tá quanto? tá quanto?". Isso foi o que o Ramírez disse quando viu o seu próprio vídeo. Mandamos para um pessoa nos auxiliar aqui em Salvador. Ele nos confirmou que a expressão era "tá quanto?", "tá quanto?"”, disse o dirigente.
Um dos cinco especialistas procurados pelo Bahia, Eduardo Llanos explica a sequência de atos flagrados no vídeo, na interpretação da perícia contratada pelo clube baiano
“Inicialmente nós conseguimos ver que ele (Bruno Henrique) fala para Ramírez: "arrombado" e depois "gringo de m...". A palavra "arrombado" também é utilizada em cima do outro jogador (Daniel) do mesmo time do Ramírez. Posteriormente, na sequência, quando vem aquela conduta de ambos os jogadores, Ramírez pergunta: "qué pasó?". Que é o mesmo que perguntar qual é o problema, o que você está querendo. "Qué pasó" é chamar para a briga”, detalhou.
O especialista explica que, por conta das diferenças, é natural que Bruno Henrique não tenha entendido o que Ramírez quis dizer no calor do jogo.”"Tá quanto?” significa provocar o jogador do outro time: abre os seus olhos, o placar está favorável para nós, e não para vocês. Por isso ele falou "tá quanto?" Ou seja, veja quem está ganhando, você está perdendo. E com isso irritar e deixar ele prejudicado para continuar jogando concentrado, que é que mais necessita um jogador de futebol”, declarou.
“É importante lembrar que esse suposto fato de injúria racial de Ramírez em Bruno Henrique seria após toda a confusão e toda a acusação que ele já sofreu do primeiro caso com Gerson. Imaginemos aqui que depois de toda aquela confusão, de ele ter sido acusado de injúria racial, o jogo retoma e ele faz novamente. Se a gente confirmasse isso, naturalmente, seria algo muito assustador. Entendo como improvável que tenha acontecido não só pelos laudos, mas pela circunstância do jogo e do ser humano em uma situação de pressão como aquela”, acrescentou Bellintani.
“Junto com a fonoaudióloga forense, que é especialista em leitura labial, foi constatado tecnicamente que não existe a palavra negro em nenhuma das frases faladas pelo Ramírez na discussão. Não existe. O que acontece é que você observa a forma de colocar os lábios, a projeção da boca, tudo isso vai entregar uma palavra similar ou uma que você precisa encontrar. Mas não tem indícios de ele ter falado essa palavra. A palavra negro não existe em nenhuma palavra emitida pelo jogador”, concluiu Llanois.
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