A parada militar que aconteceu na manhã nesta terça-feira, 10, na Esplanada dos Ministérios, utilizada pelo presidente Jair Bolsonaro em mais uma tentativa de politizar as Forças Armadas, durou 10 minutos e contou com algumas dezenas de veículos militares, como blidados, tanques, caminhões e jipes.
No desfile, Bolsonaro foi acompanhado pelos ministros Walter Braga Netto (Defesa), Ciro Nogueira (Casa Civil), Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) e Anderson Torres (Justiça), e pelos chefes do Exército, Marinha e Aeronáutica.
O objetivo oficial do desfile é entregar ao presidente Jair Bolsonaro e ao ministro da Defesa, Braga Netto, convites para um exercício da Marinha marcado para a Operação Formosa, maior treinamento militar da Marinha, que ocorre desde 1988. No entanto, essa foi a primeira vez que um convite foi feito com marcha em Brasília.
No entanto, o desfile foi interpretado por parlamentares como uma tentativa de intimidar o Congresso que deve derrubar a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do voto impresso, em votação no plenário na tarde desta terça.
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), pensa diferente e definiu que os eventos na mesma data foi uma "coincidência trágica".
"Não é que eu apoie essa demonstração. Eu procurei informações. Essa operação Formosa acontece desde 1988 aqui em Goiás, com movimentações da Marinha. Mas quero dizer que não é usual, e esse tipo de especulação cabe nesse momento, muito embora a coincidência trágica da agenda da Câmara com essa passagem dos blindados para Formosa realmente apimente esse momento”, disse Lira.
O desfile também foi criticado pelo ex-Secretário do Governo, general Santos Cruz. "Esse é um exercício de rotina. Se a intenção é convidar o presidente, o ministro da Defesa pode ir até a pé fazer isso, não precisa mobilização de aparato militar onde estão localizados os Três Poderes...Tudo isso para levar um convite? É uma infantilidade, absolutamente desnecessária, ainda mais no contexto atual", disse à coluna de Chico Alves, do UOL.
A Marinha informou que o desfile de veículos militares blindados em Brasília foi planejado antes da agenda de votação da PEC e "não possui relação com a mesma, ou qualquer outro ato em curso nos Poderes da República".
ATarde
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