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31 de jan. de 2022

Lula e as eleições na Bahia, confira aqui>

 


Na quinta (27), foi divulgada a Pesquisa Opnus/Metrópole, que trouxe alguns dados referentes ao público baiano - não todos, porém. Apesar disso, viu-se confirmado, sem sobressalto, o padrão de competição eleitoral continuado das últimas duas décadas: a polarização entre o DEM pós-carlista, liderado pelo ex-prefeito ACM Neto, e o PT, liderado na Bahia pelo ex-governador e atual senador Jaques Wagner. Na verdade, as últimas seis eleições (1998-2018) tiveram PFL/DEM e PT competindo pelo governo baiano, consolidando, assim, preferências - coisa que não se muda de uma hora para outra.

A pesquisa da semana passada foi dividida em dois cenários. No primeiro, estimulado, no qual os entrevistados respondem aos nomes fornecidos pela própria pesquisa, ACM Neto lidera com 52%, acompanhado de Jaques Wagner, em segundo lugar, com 29%. Em terceiro lugar, vem o ministro bolsonarista João Roma (Republicanos), com 5%. Marcos Mendes (PSOL) obteve 1%

Em seguida, no segundo cenário, a pesquisa indicou os postulantes, vinculando-os, no entanto, a apoios do plano nacional. Neste formato, “Wagner com o apoio de Lula e Rui Costa” fica em primeiro, com 46% das intenções de voto. No segundo lugar, “ACM Neto com o apoio de Ciro Gomes” obteve 33%. Em terceiro lugar, “João Roma com o apoio de Bolsonaro” obteve 11% - um bom resultado, mas com pouca chance de vitória, dada a alta rejeição do presidente entre os baianos. Marcos Mendes (PSOL) manteve os mesmos 1%.

Para onde foram os votos de ACM Neto, entre o primeiro e o segundo cenário? O questionário da pesquisa e as variáveis escolhidas permitem saber essa resposta, mas o instituto e a contratante deliberaram por não divulgar esses dados. Apesar disso, podemos inferir, de modo preliminar, que o peso de Lula é determinante na escolha do “voto casado” para governador.

Com Lula registrando 59% de intenção de votos entre os baianos (na mesma pesquisa, Bolsonaro ficou nos 21%), há uma margem confortável, a 10 meses das eleições, para se considerar um cenário de crescimento político do PT na Bahia. Vale lembrar que Haddad obteve 72,69% dos votos no segundo turno de 2018; Dilma Rousseff, no segundo turno das Eleições de 2014, saiu da Bahia com 70,16%. Esse patamar de votos é um choque para ACM Neto, uma vez que, quanto mais apoios Lula obtiver na Bahia, mais chances terá Wagner de retornar ao Palácio de Ondina.

Com o resultado da pesquisa, fica a pergunta: como ACM Neto fará para “lular”? Ele precisa dos votos lulistas; como fará para obtê-los? Por enquanto, Lula não depende de um acordo de neutralidade na Bahia, porque seu capital político não aumenta com Neto; o vetor é inverso. Tudo indica que, mais uma vez, Lula será o fator nacional a determinar o resultado das eleições baianas.

*Cláudio André de Souza é professor Adjunto de Ciência Política da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB) e um dos organizadores do “Dicionário das Eleições” (Juruá, 2020).

 



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