O
diretor da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) Alex Machado
Campos, terceiro a votar na análise de liberação de uso emergencial das vacinas
de Oxford/AstraZeneca e da Coronavac neste
domingo (17), deu parecer favorável à utilização emergencial dos imunizantes no
país. Com a decisão, as vacinas poderão ser aplicadas na população brasileira.
Para a liberação do uso emergencial dos
imunizantes eram necessários três votos dos cinco possíveis na diretoria da
Anvisa. Antes, Romison Rodrigues Mota e Meiruze Freitas, relatora da
solicitação, já haviam dado o parecer favorável; mais dois diretores apresentarão
suas análises.
A diretora da Anvisa Meiruze Freitas, relatora
dos pedidos de uso emergencial das vacinas, foi a primeira a votar neste
domingo, e deu parecer favorável à aprovação do uso emergencial temporário dos
imunizantes.
"“Ressalvadas algumas incertezas pelo
estágio das vacinas em desenvolvimento, os benefícios das duas candidatas
superam os riscos e ambas atendem os critérios e eficácia e segurança",
afirmou a relatora."
Meiruze Freitas, diretora da Anvisa
Ainda faltam os votos de outros dois
diretores. A reunião que segue em andamento.
Os votos seguiram as recomendações de três áreas técnicas da Anvisa:
a Gerência-Geral de Medicamentos, a Coordenação de Inspeção e Fiscalização de
Insumos Farmacêuticos e a Gerência-Geral de Monitoramento de Produtos Sujeitos
à Vigilância Sanitária.
Em suas recomendações, as áreas técnicas
afirmam que aprovaram o uso, mas que será preciso acompanhar a evolução das
duas vacinas.
ANÁLISE DA EFICÁCIA DAS VACINAS
O gerente-geral de Medicamentos e Produtos
Biológicos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Gustavo
Mendes, disse que, apesar da falta de dados sobre as vacinas, o uso das mesmas
teria benefícios pelo estágio da pandemia no Brasil e ausência de uma
alternativa terapêutica contra a Covid-19.
A área técnica do órgão regulador recomendou
neste domingo a aprovação do uso emergencial das duas vacinas. Nos dois casos,
a recomendação foi para aprovação com monitoramento das "incertezas e
reavaliação periódica" dos dados o imunizante.
A eficácia geral da vacina de
Oxford/AstraZeneca é de 70,42%, calculou a agência. O dado considera mais de
uma forma de aplicação e intervalo entre doses. No Brasil, com duas doses, a
eficácia ficou em 62%. No caso da Coronavac, a eficácia calculada é de 50,39%.
Mendes apontou ainda uma série de lacunas de
dados para comprovar que o produto importado da Índia é equivalente ao que a
AstraZeneca pretende, no futuro, registrar no Brasil. "Pode constituir
produtos diferentes, ainda que possuam categorias similares", disse.
Mendes afirmou também que há dúvidas sobre a
eficácia dos imunizantes na população acima de 65 anos e sobre resultados do
uso de doses mais baixas ou da aplicação de apenas uma dose.
Mendes ainda afirmou que os dados não permitem
conclusões sobre a eficácia na forma mais grave da doenças. "Existe
tendência favorável à proteção, mas precisamos acompanhar mais de perto."
ITARANTIM AGORA
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